Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 439-1 | ||||
Resumo:A técnica de imobilização celular está se tornando cada vez mais relevante na área da biotecnologia, uma vez que esse método não apenas aumenta a produção do metabólito de interesse, em comparação com o uso de células livres, tornando-o mais atraente do ponto de vista industrial, mas também tem aplicações valiosas na biotecnologia, como a redução nos custos do processo de produção, permitindo a reutilização de catalisadores biológicos. Nesse sentido, o presente trabalho foi desenvolvido para avaliar o uso da fibra de coco como suporte in natura na produção biotecnológica de xilitol pelo microrganismo Candida tropicalis. Tradicionalmente, o xilitol é obtido por via química, que requer elevada pressão e temperatura, além de várias etapas de purificação para a remoção do níquel utilizado como catalisador. A produção biotecnológica se apresenta como uma solução mais econômica e sustentável para a produção deste bioproduto, ao mesmo tempo em que minimiza resíduos químicos. Para avaliar a fibra de coco como suporte na imobilização de C. tropicalis, o suporte foi preparado com um tratamento de hidróxido de sódio, com o objetivo de melhorar a eficiência da imobilização, e também foi realizado um experimento controle (sem tratamento do suporte). A imobilização das células foi realizada por meio de adsorção, na qual o suporte foi imerso em um meio rico em células. Os experimentos foram realizados em frascos Erlenmeyer de 125 mL, utilizando um meio composto por (g/L): xilose (50), sulfato de amônio (2,0), extrato de levedura (3,0) e cloreto de cálcio (0,1). A agitação foi mantida a 200 rpm, a temperatura a 30ºC, e o tempo de incubação foi de 36 horas, com uma concentração inicial de células de 1,0 g/L. De acordo com os resultados, verificou-se que o tratamento do suporte resultou em uma melhora na eficiência de imobilização, alcançando uma eficiência de 71%, enquanto o suporte in natura atingiu 45,38%. Essa melhoria na técnica de imobilização resultou consequentemente nos maiores parâmetros fermentativos de bioconversão de xilose em xilitol, com valores de fator de conversão (YP/S) de 0,72 g/g e produtividade volumétrica (QP) de 0,94 g/L h. Esses valores foram 46,94 % e 29,77 % maiores em comparação aos valores obtidos com células imobilizadas em suporte in natura (sem tratamento). Portanto, verificou-se que foi possível a utilização da fibra de coco como uma alternativa de biosuporte para a imobilização celular resultante de uma matéria prima abundante e de baixo custo e ao mesmo tempo esta mostrou-se de fácil execução. Em relação à imobilização celular, foi notório que o tratamento alcalino do suporte foi primordial para a obtenção de elevados parâmetros de conversão do bioprocesso em questão.
Palavras-chave: Imobilização, Xilitol, Fibra de coco, Biotecnologia Agência de fomento:UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR); FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA (FA). |